Páginas

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Não mais estrela cadente... Agora sou lua


    
Imagem de february, freezing, and london

    Eu deveria ter desconfiado... Ninguém pode ter tudo. E você tinha... Tudo que eu precisava e muito além. E mesmo que eu não saiba descrever esse "tudo", você simplesmente me completava, sem meio termo, mesmo sem entendimento. Eu era ying e você yang, street e long, jazz e eletrônica, depressão e correria... Unidos num para todo o sempre quebrado, falido.
    Lembro quando fazíamos amor... Era coisa de outro mundo, eu realmente entendia o que era fazer amor, quando a gente estava na cama. As nossas almas pareciam que queriam se unir, como eu achei que eram... Porquê era o que parecia. A gente se entendia sem precisar se entender, entende? Encaixe perfeito: De corpos, pelo menos. Por quê sua alma não combina mais com a minha. Seu coração já pertence a outro alguém.
    E cá estou eu... Mais uma madrugada, mais um texto todo seu. Você não vai ler, está muito distante de tudo isso. A traição superou qualquer palavra de borda afiada que já me machucou em toda a minha vida... Foi como ser atravessada por uma espada e senti-la rodando e rodando, numa tortura incessante, que dura madrugadas e ainda me faz derramar lágrimas. E o pior de tudo é que eu não sei porquê ainda choro, ainda sinto, ainda amo... Acabou pra você. Porquê meu coração não segue meu bendito cérebro? Faz um mês já. Você nem deve lembrar da estrela cadente... Fui só isso. Incrível e temporário. Inesquecível, até aparecer outra coisa que te deixasse entretido o bastante. E como uma idiota, ainda me culpo. Eu nunca soube fazer strogonoff ou cuidar da casa, você sabe... Mas eu tentei aprender tudo só pra cuidar de você. Lembra quando moramos juntos, mesmo que por pouquíssimo tempo? Você me ensinou tanta coisa... Eu fazia a comida, limpava a casa... Mas nunca foi o meu forte acordar cedo, mesmo sendo consertada diversas vezes por você. E talvez isso também tenha feito você desistir... Sempre fui muito dependente de ti. Aprendi muito mais do que deveria e muito mais do que você suportou ensinar... Hoje sou solitária. De estrela cadente, virei lua... Tive que aprender a pegar ônibus sozinha, sair sozinha, andar na cidade sozinha. Ei, estou estudando. E na mesma sala que estávamos ano passado, com aquela outra turma, quando nada deu certo porquê eu não conseguia acordar cedo e a tarde você trabalhava. Está tudo bem por lá, me enturmei... Mas forma um bolo na garganta toda vez que olho pra trás e vejo os lugares onde costumávamos sentar e você costumava me fazer rir abrindo e fechando um guarda-chuva encontrado por acaso. Não, eu não estou bem. É a pior coisa do mundo amar alguém que não se importa. Já fiz de tudo pra te esquecer e cá estou eu, escrevendo pra tirar toda essa dor acumulada.
    Já não converso mais sobre você. Isso inflama esse machucado, mas tô tentando cuidar dele sozinha. Quase todo dia digo ao meu pai "eu sinto muito a falta dele, eu ainda o amo...", mas não digo detalhes, não ocupo o tempo. Apenas ponho pra fora quando está realmente insuportável... Assim como estou fazendo agora. Só queria que essas lágrimas lavassem a minha alma e tirassem você daqui. Mas realmente queria que você lesse isso tudo e soubesse, mesmo sem merecer, o quanto eu ainda te amo. Mesmo sem se importar... Mas você não vai ler. E eu espero que o tempo apague todas as lembranças e leve toda a dor e todo o amor...
    Por quê agora sou lua... E tenho que me acostumar a viver sozinha.




Talking to the moon - Bruno Mars

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são sempre bem vindos. Divirta-se!