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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Minha paixão: Dança

"Alongamento. Vamos lá." gritou Rafael.


Nós não éramos profissionais, muito menos grandes dançarinos... Éramos apenas dançarinos da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Zona Norte.
Mas ninguém ali era, e mesmo assim, alguns rezavam para não tropeçar em seus próprios pés.
Todas as unidades juntas e mais algumas amostras de dança. Salas de aula abarrotadas e abafadas e nós nem ficamos com nenhuma... Afinal, nós pertencíamos àquele local. Tínhamos que ser um exemplo, algo memorável.
Gelei.
Ensaiei tantos dias... Fui recomendada por um outro professor de dança à participar da companhia de dança de meu colégio e nunca pensei que um festival seria tão... Emocionante.
Não estava de noite, era final de tarde, o sol já se punha. Esperei pacientemente com meus pais. Até que ficou de noite.
Cabelo solto, pensamento em minha mãe naquela platéia, entrei naquele palco. Não havia tempo para me preparar mais um pouco.
Luzes verdes e uma fumaça esquisita preencheram o palco em que entrei.
Todas as festas em que participei vieram à minha cabeça. Mas com certeza, nenhuma era igual ao Festival de dança do Flama.
O Dj solta a música. Começamos à dançar. Arrasando e tirando gritos (ou melhor, urros) da platéia animada, terminamos a dança perfeitamente, com uma competição de hip-hop inacreditável.
E no fim, os jurados me olharam com algo que parecia... Bom, até hoje não sei explicar.
Só sei que naquele dia, saímos com o gostinho de queromais, com uma madalha de ouro pendurada no pescoço e o orgulho no peito.
E hoje, eu me sinto feliz por aquele ter sido o primeiro festival de dança em que eu fui premiada a melhor dançarina de todo o Festival.
E agradeço infinitesemalmente ao meu professor, pois sem ele, eu não estaria com quatro títulos de melhor dançarina de todods os Flama's nas minha costas.
Obrigada Rafael, por absolutamente tudo.
Olhando para o armário, vejo as medalhas de ouro baterem uma na outra pela rajada do vento da janela aberta.
Sorri comigo mesma.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Amigos imaginários

Calada estava, calada continuei.
Teclando no meu computador... Escutando cada batimento cardíaco do meu coração.
Mas só do meu coração.
Não me lembro se eu escutava os deles e nem me lembro quem eram eles... Só sei que agora eu me sinto incompleta... Vazia.
Não tenho lembranças... Creio que essas sumiram com o tempo. A essência de minha inocência e de meu período infantil ainda estão em mim, por isso tenho esperanças que um dia, eles voltarão.
Abaixo a cabeça. Lágrimas rolam sobre meu rosto.
Nomes confusos, pronunciados pela minha boca arredondada e infantil.
Nomes estranhos, sem quê nem porquê, apenas eram eles, que me abandonaram aos poucos...
Meu melhores amigos. Meus únicos amigos.
Didido e Dododo, vocês sempre estarão em meu coração; Eu sempre amei e sempre amarei vocês.