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domingo, 21 de fevereiro de 2016

Era uma vez... E só.


    Imagem de love, skate, and couple

    Eu, você, um long e mil e amêndoas no chão... "Amor, desvia, você vai cair..." risadas e você confirmando, em meio à uma travada do long... "Viu, eu te disse". "Amor, estamos saindo de casa atrasados de novo, minha mãe vai me matar e te matar também"... E você me puxava, da minha rua à sua. Nostálgico... Fecho os olhos, me vejo de cabelo verde água, sentada na mesa da sua mãe, elogiando o feijão dela e com toda a vergonha do mundo, afinal, eu estava conhecendo a minha sogra... Aí abro os olhos. Dor. A realidade não me agrada tanto assim.
    Amor é quando a gente não consegue esquecer custe o que custar e estou vivendo isso, pela primeira vez... Coloquei de propósito as músicas que costumávamos escutar juntos, quando dormíamos na casa da sua mãe. Tortura um pouco, mas pelo menos posso lembrar dos melhores momentos que tive com a pessoa que não sai de dentro de mim... E aí choro mais um pouco, a nostalgia fere a alma, devido à ausência. Ele não vai pro colégio comigo na segunda. Ele não tem que trabalhar à tarde. Ele não vai me levar no trabalho... A dor se torna insuportável e aí as palavras que jorram anestesiam...
    Quando eu via as princesas nos contos de fadas, elas não conheciam seus príncipes e viviam tão divertidamente. Eu me diverti mais que as princesas de contos de fadas, tem noção? Cada momento, cada minuto foi inesquecível e sempre será... A dor não para de latejar, não dá um tempo. Acordo pensando em pegar o tablet pra ver se você mandou mensagem e vou dormir na esperança de que amanhã terá uma mensagem aqui... Mas aí você se tornou o vilão, o que vai embora... Eu nunca vi contos de fadas assim. Será que só eu amei? Será que só eu ainda amo? Prefiro pensar que sim. Nada conspira para que eu acredite em tudo que eu acreditei um dia... Tudo mudou, de uma forma que eu não consigo explicar... Parece que tudo está de cabeça pra baixo, mas talvez pra você esteja certo. Talvez aí seja seu lugar, essa seja a sua garota, esses sejam os seus amigos, esse seja o seu trabalho. Talvez você não olhe pra trás, talvez (muito provavelmente, quase que verdade completamente) você não me ame mais. Ou nunca me amou... Você sabe o que é amor?
    Nunca havia sentido. Nunca havia visto. Ouvi falar e sempre dizia que sentia, afirmava isso com todas as minhas forças... Até que conheci você e descobri que quando a gente ama, a gente não afirma... A gente só sente e bate na gente como algo inexplicável e irreparável. Você nunca mais é o mesmo... Você não consegue mais fugir. E você fugiu... Isso não se chama amor, isso se chama paixão. É forte, vem e te toma rápido, mas vai embora com a mesma rapidez que surgiu...
    Mas se você quer o meu perdão, tome, é todo seu: Te perdoo de todo o meu coração... Você me conhece, não guardo rancor. A dor fica, mas o tempo ajuda. Quanto ao amor... Deixe pra lá. Não vou morrer, vou deixar o tempo passar (também)... Vou orar por você, vou pedir pra que os anjos te guardem em todo e qualquer que você for. Que todos os seus sonhos se realizem e que toda a história linda que planejamos seja concretizada tanto pra você, quanto pra mim... Com pessoas que nos deem valor. Mas sinto muito... Você não vai encontrar ninguém que te ame como eu.
    Era uma vez uma menina com seus milhares de problemas, em sua cama de concreto em seu quarto rosa, onde passava todo o seu dia... Era uma vez um menino que trabalhava e tinha uma vida bastante corrida... Era uma vez uma história, um dia... Linda...
    Que acabou.




Shot me down - David Guetta

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Não mais estrela cadente... Agora sou lua


    
Imagem de february, freezing, and london

    Eu deveria ter desconfiado... Ninguém pode ter tudo. E você tinha... Tudo que eu precisava e muito além. E mesmo que eu não saiba descrever esse "tudo", você simplesmente me completava, sem meio termo, mesmo sem entendimento. Eu era ying e você yang, street e long, jazz e eletrônica, depressão e correria... Unidos num para todo o sempre quebrado, falido.
    Lembro quando fazíamos amor... Era coisa de outro mundo, eu realmente entendia o que era fazer amor, quando a gente estava na cama. As nossas almas pareciam que queriam se unir, como eu achei que eram... Porquê era o que parecia. A gente se entendia sem precisar se entender, entende? Encaixe perfeito: De corpos, pelo menos. Por quê sua alma não combina mais com a minha. Seu coração já pertence a outro alguém.
    E cá estou eu... Mais uma madrugada, mais um texto todo seu. Você não vai ler, está muito distante de tudo isso. A traição superou qualquer palavra de borda afiada que já me machucou em toda a minha vida... Foi como ser atravessada por uma espada e senti-la rodando e rodando, numa tortura incessante, que dura madrugadas e ainda me faz derramar lágrimas. E o pior de tudo é que eu não sei porquê ainda choro, ainda sinto, ainda amo... Acabou pra você. Porquê meu coração não segue meu bendito cérebro? Faz um mês já. Você nem deve lembrar da estrela cadente... Fui só isso. Incrível e temporário. Inesquecível, até aparecer outra coisa que te deixasse entretido o bastante. E como uma idiota, ainda me culpo. Eu nunca soube fazer strogonoff ou cuidar da casa, você sabe... Mas eu tentei aprender tudo só pra cuidar de você. Lembra quando moramos juntos, mesmo que por pouquíssimo tempo? Você me ensinou tanta coisa... Eu fazia a comida, limpava a casa... Mas nunca foi o meu forte acordar cedo, mesmo sendo consertada diversas vezes por você. E talvez isso também tenha feito você desistir... Sempre fui muito dependente de ti. Aprendi muito mais do que deveria e muito mais do que você suportou ensinar... Hoje sou solitária. De estrela cadente, virei lua... Tive que aprender a pegar ônibus sozinha, sair sozinha, andar na cidade sozinha. Ei, estou estudando. E na mesma sala que estávamos ano passado, com aquela outra turma, quando nada deu certo porquê eu não conseguia acordar cedo e a tarde você trabalhava. Está tudo bem por lá, me enturmei... Mas forma um bolo na garganta toda vez que olho pra trás e vejo os lugares onde costumávamos sentar e você costumava me fazer rir abrindo e fechando um guarda-chuva encontrado por acaso. Não, eu não estou bem. É a pior coisa do mundo amar alguém que não se importa. Já fiz de tudo pra te esquecer e cá estou eu, escrevendo pra tirar toda essa dor acumulada.
    Já não converso mais sobre você. Isso inflama esse machucado, mas tô tentando cuidar dele sozinha. Quase todo dia digo ao meu pai "eu sinto muito a falta dele, eu ainda o amo...", mas não digo detalhes, não ocupo o tempo. Apenas ponho pra fora quando está realmente insuportável... Assim como estou fazendo agora. Só queria que essas lágrimas lavassem a minha alma e tirassem você daqui. Mas realmente queria que você lesse isso tudo e soubesse, mesmo sem merecer, o quanto eu ainda te amo. Mesmo sem se importar... Mas você não vai ler. E eu espero que o tempo apague todas as lembranças e leve toda a dor e todo o amor...
    Por quê agora sou lua... E tenho que me acostumar a viver sozinha.




Talking to the moon - Bruno Mars