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sábado, 26 de março de 2011

Anestésicos e Cura

Respirações entrecortadas de dor. Lembranças amarguradas sempre manchadas por amor. Por um amor que eu pensei ser verdadeiro... Quiçá um dia eu tenha um como eu pensei que tinha?
Minhas lamentações desapareceram... O vento e o tempo as levaram, bem lentamente. Pensei que esse buraco em meu peito ficaria latejando nas bordas pelo resto da minha vida, tamanha era a dor.
Meu anestésico? Em grande parte, a minha felicidade. Minha cura? O meu amor por mim mesma.
E meus rascunhos foram como se aos poucos eu fosse colocando minha dor no papel... Ou até mais que isso! Meus rascunhos até podem ter sido parte de meus anestésicos... Mas não me deixavam feliz. Meus rascunhos também foram parte da minha cura, pois cicatrizaram a ferida, começando pelas bordas e costurando aos poucos.
Hoje, eu sei que estou curada e tenho certeza que essa ferida não irá ser aberta. Não por que eu desisti de amar, e sim por que eu desisti de sofrer; De me doar mais que o outro alguém; De tentar tirar defeitos que uma pessoa tem.
Ficar sozinha me fez pensar... Mas a companhia de quem eu amo, fez com que a dor cessasse, mesmo que não fosse por inteira. A companhia de quem eu amo, também serviu de anestésico; Mas dessa vez, me deixava feliz.
Mas o que fez o buraco em meu peito cicatrizar mais rápido do que estava cicatrizando, foi a minha certeza de que eu não te amo mais.
E estou feliz assim.

domingo, 13 de março de 2011

Meu pai, meu herói

Eu tinha apenas 3 anos e meio quando ele foi embora, devido ao seu trabalho. Quase todos os dias eu chorava... E era um choro de emoção, tristeza e principalmente, de saudade.
Quando ele ligava, minha mãe sempre passava o telefone para mim e para meu irmão. As vezes, quando fazíamos malcriação, ele sempre nos dava uma bronca, mas não era aquela bronca típica dos pais, não! Era aquele tipo de bronca que faz você ficar pensando, independente da idade que tenha... É justamente aquela bronca feita com a voz madura e suave de um pai, que faz agente ficar consciente dos nossos erros e chorar.
E como eu chorava ao telefone... Não só quando ele me dava broncas. Quando ele dizia que estava com saudade e que me amava. Na minha cabeça infantil, eu me perguntava porque papai não podia ficar comigo.
Foram longos 4 anos sem meu herói. Sim, meu herói. Porque foi ele que deu o apelido mais medonho e mais engraçado que eu já recebi, foi ele que cantava cantigas de ninar para eu adormecer e sempre será ele que será a minha inspiração, e é com muita certeza que digo que será com ele que eu passarei tardes de Domingo assistindo os jogos do nosso Flusão. Assim como será com ele que eu vou chorar abraçada quando eu sentir saudade do tempo em que eu era só uma criança e o abracei, quando ele voltou pra casa com um enorme sorriso no rosto.
Hoje, sub-oficial da marinha... Não viaja mais, trabalha na base.
Pai, eu te amo... Você sempre será meu exemplo que eu mais tenho orgulho, minha vida... Meu herói.