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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Cálice, doses, cápsulas e estranhas porções

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Me servi de um pouco mais de lembranças no cálice do passado... Senti um gosto amargo. Olhei para o lado... Fui ficando amargurada, porquê você não estava ali. Quase engasgando com um misto de nostalgia com muita tristeza, tomei um gole de felicidade... Passou por um tempo. Mas de repente, tudo voltou e ficou parado na boca do estômago... Não queria sair dali. Tomei mais um gole de felicidade e tentei digerir aquele bolo, tendo a mágoa como ácido pra cortar meu estômago.
A dor é intensa. Arde, lateja e pulsa ferozmente, como as batidas de um relógio... Como qualquer dor de estômago regada à uma boa azia, doía meu peito também, misturando-se com uma dor que já tinha se tornado familiar: A dor do coração. E pulsando juntas, as duas dores me enlouquecem... Semelhante à dor de duas úlceras: Uma no estômago e outra no coração. Sei que já estou falando bobagem... Foi a dose de ilusão.
Ei, estou sentindo algo mudar... A dor diminuiu e sinto que já posso falar. Olho para o meu lado e consigo enxergar você... A dor cessa. As lágrimas começam à rolar... E dessa vez, tomei de outro copo, experimentando a saudade e a falta, degustando cada uma delas... Mas você não permitiu mais dor. Me deu uma cápsula de algo que qualquer um precisa... Chamada "amor". E tudo cessou! Mas agora as lágrimas rolam de felicidade... Meu amigo voltou. E incrivelmente... Eu me senti inteira.
Como se nada tivesse acontecido.

Tempo perdido - Legião Urbana

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